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Borges e Quixote:

leituras infinitas do romance moderno

Em um de seus mais famosos textos, “Pierre Menard, autor de Quixote”, Jorge Luis Borges escreve: “… a verdade, cuja mãe é a história, êmula do tempo, depósito das ações, testemunha do passado, exemplo e aviso do presente, advertência do futuro.” Quem é esse Quixote que emana do passado, mas que é ainda tão presente e contemporâneo? Quem é o Engenhoso Fidalgo que encontrou no amor e na devoção aos livros um motivo para viver e lutar? Esse louco e engenhosíssimo fidalgo é Quixote ou Borges? Este curso pretende explorar as ideias inovadoras encontradas em Dom Quixote e nas obras de Jorge Luis Borges.  

 

“Por que precisamente o Quixote? – dirá nosso leitor. Essa preferência, num espanhol, não seria inexplicável; mas o é, sem dúvida, num simbolista de Nime, essencialmente devoto de Poe, que gerou Baudelaire, que gerou Mallarmé, que gerou Valéry, que gerou Edmond Teste. A carta acima mencionada elucida a questão. ‘O Quixote’, esclarece Menard, ‘interessa-me profundamente, mas não me parece – como direi? – inevitável’. Não posso imaginar o universo sem a interjeição de Poe: Ah, bear in mind this garden was enchanted!” (Borges, “Pierre Menard”, autor de Quixote) 

 

Dom Quixote não é mais a disputa de um ser humano contra Deuses, não é mais – como a Divina Comédia de Dante – um enfrentamento em busca de uma castidade moral religiosa diante de um mundo governado por Deus. Quixote é uma luta de um homem – louco e visionário - contra um mundo cheio de imperfeições e problemas. Uma viagem épica por uma existência abandonada por Deus. 

 

Objetivo: Discutir as inovações propostas pelo Quixote publicado no século XVII, as repercussões na época, e as suas infinitas leituras e possibilidades. Dar um salto no tempo e no espaço e ler a obra e as criações de Borges fazendo um paralelo com Cervantes. 

 

A OFICINA - Carga horária: 6 horas

Abertura: Leitura de partes do Dom Quixote e de “Pierre Menard, autor de Quixote”

 

1- A criação do romance moderno em Quixote. Leitura de textos de Roberto Gonzalez Echevarría.

2 - Momento: A questão do “plágio literário” – o lançamento pirata da segunda parte de Quixote e os “roubos literários” de Borges. Intertextualidade.

3 - Momento: Loucura e literatura. 

4 - Momento: Quixote X Divina Comédia – Borges, leitor de Dante e Cervantes.

 

Encerramento: Escrita dos participantes sobre as impressões.

 

Quem vai conduzir este mergulho?

JACQUES FUX​

Professor da EMGE, Fundação Dom Cabral/SKEMA, da Casa do Saber RJ e SP e da Polifonia SP. Foi professor do INSPER, da PUCMG e roteirista da série do Multishow “Eu, ela e um milhão de seguidores”. Invited Speaker em Harvard, MIT, Cornell, Boston University, Wellesley College, Stockholm University, Sorbonne. É formado em Matemática, mestre em Ciência da Computação, doutor em Literatura Comparada pela UFMG e Docteur em Langue, Littérature et Civilisation Françaises pela Université de Lille 3, França. Foi pesquisador visitante na Universidade de Harvard (2012-2014). Desenvolveu pesquisa de pós-doutorado em Teoria Literária pela UNICAMP e pela UFMG. Com seu livro de crítica literária - Literatura e Matemática: Jorge Luis Borges, Georges Perec e o OULIPO (Perspectiva, 2016) venceu o Prêmio Capes pela melhor tese do Brasil em Letras/Linguística e foi finalista do Prêmio APCA. Foi também Vencedor do Prêmio São Paulo de Literatura com seu primeiro romance, Antiterapias (Scriptum 2012). Autor de Brochadas (Rocco, 2015) – Prêmio Nacional Cidade de Belo Horizonte e Meshugá: um romance sobre a loucura (José Olympio, 2016), vencedor do Prêmio Manaus de Literatura 2016 e Nobel (José Olympio, 2018). Em 2017 foi um dos convidados da programação principal da FLIP – Festa Literária Internacional de Paraty. Também foi finalista do Prêmio Barco a Vapor e escritor residente na Ledig House em New York. Seus livros serão publicados em Italiano (Editora Giuntina), Espanhol (Editora Textofilia) e Hebraico (Editora Carmel) em 2019.

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