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Observar e descrever com audiovisual

o documentário no contexto da produção de conteúdo
 

O filme é uma ferramenta diferenciada de observação e descrição. Na era iconoclasta do vídeo, a produção e recepção de imagens tornou-se uma prática banal que, no entanto, não pode ser banalizada. No espaço de produção de conteúdo da sociedade em rede, o documentário tem sido uma ferramenta para projetos de webjornalismo, branded content e engajamento social on-line. O uso da câmera modifica o olhar de quem observa a realidade, e essa experiência pode provocar transformações. Entre a ciência e a arte, o Cinema Antropológico é uma expressão original do documentário que permite uma profunda renovação do olhar interessado à vida das sociedades contemporâneas, próximas e distantes. Experimentar as diferentes etapas de produção de um documentário (filmar com a câmera na mão, montar o próprio vídeo durante a filmagem, comentar oralmente as estratégias de direção) permite que o vídeo seja um instrumento de descoberta, resultados e suporte para reflexões sobre o mundo em que vivemos.

“[...] sou obrigado a me submeter a essa improvisação que é a arte do logos, a arte da palavra e a arte do gesto. É necessário deslanchar uma série de ações, para ver, de repente, emergir a verdade da ação inquietante de um personagem que se tornou inquieto”. (ROUCH apud FREIRE, 2007, p.58)

 

“Qualquer pressuposto de superioridade moral ou de verdade intrínseca do documentário deve ser impiedosamente desmistificado, sob pena de legitimação, por extensão, dos discursos que tomam de empréstimo suas características retóricas, formais e estilísticas”. (DA-RIN, 2004, p.222)

 

A OFICINA - Carga horária: 12 horas 

1 - Imersão conceitual

1.1 - Definições e aplicações do filme documentário (ficção ou realidade?) - Noções de decupagem; Vertov e o Cine-olho; Flaherty e a Antropologia partilhada; Filmar-montar.

Exercícios de análise de referências clássicas do cinema documentário.

1.2 - Cinema e antropologia: paralelismos ao longo do tempo; observação direta x observação fílmica.

Exercícios de análise de referências clássicas do documentário antropológico.

1.3 - Web.Doc - o documentário na sociedade da produção de conteúdo.

Exercício de análise de cases: o uso do documentário em conteúdo publicitário e jornalístico on-line.  

 

2. Aprofundamento do filme documentário e ginástica fílmica

2.1 - Profilmia ou auto mise en scène; as leis da mise en scène ou leis da imagem em quadro (exclusão/saturação, delimitação e sublinhamento).

2.2 - Ginástica fílmica e movimentos de câmera; a descrição fílmica (tempos fortes/ tempos fracos / tempos mortos, macrodesctriviva/ microdescritiva, fios condutores longitudinais/ transversais).

2.3 - Ginástica fílmica (caminhando com a câmera); Jean Rouch, o cine-transe e a cineverdade.

Exercício de inserção em campo; Colaboração e feedback. - Exercício final – parte 1 - Sessão comentada

 

3.  A montagem do filme etnográfico, uso de trilha sonora e/ou comentário.

3.1 - Montagem na prática

Exercício de montagem em grupos de 2 a 3 pessoas. Visualização e feedback dos exercícios feitos durante o curso.

Quem vai conduzir este mergulho?

CAROLINA ASSUNÇÃO E ALVES

Jornalista, produtora de conteúdo e pesquisadora  - especialista em conteúdo audiovisual

Criadora do podcast Trem da Maldade, sobre vilões de filmes e séries.

Pós-doutorado em Linguística Aplicada no Laboratoire Communication et Politique no Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS - Paris, França). Mestra e Doutora em Linguística do Texto e do Discurso pela UFMG (Doutorado sanduíche - Université Paris 13 - Centre D'Analyse du Discours). Professora em cursos de pós-graduação em Marketing Digital, Comunicação em redes, Gestão da Comunicação nas Organizações e Processos Criativos em Fotografia, em Brasília; professora titular de disciplinas em cursos de graduação em Jornalismo, Publicidade e Propaganda e Audiovisual, em Brasília. Trabalhou durante 10 anos na produção e edição de reportagens para telejornais das emissoras TV Alterosa (SBT Minas - Diários Associados) e TV Globo Minas. Atuou como consultora (UNESCO) no Ministério da Educação. Produtora de conteúdo - redação, roteiro e edição de vídeo. Autora de capítulos publicados em livros organizados pela UFMG e Université de Picardie na França, artigos publicados em revistas científicas de instituições como UNICAMP, UFGRS e UFMG. Já apresentou suas pesquisas em eventos internacionais no Brasil, Argentina, Estados Unidos e países europeus.

DANIELA GONÇALVES 

Jornalista e documentarista

Mestra em Cinema Antropológico e Documentário pela Université Paris-Ouest Nanterre la Défense. Tem experiência em produção e montagem audiovisual e projetos culturais. Atualmente, trabalha com edição de documentários para cinema, televisão e internet. Ministra oficinas de documentário no estado de São Paulo pelo Museu da Imagem e do Som (MIS). Codirigiu o webdocumetário EntreVilas, participando também do roteiro, fotografia e edição, durante o Laboratório de Documentário Interativo realizado pelo CPF/Sesc e o Estúdio CRUA.

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