Ponyo: uma amizade que veio do mar (2008), de Hayao Miyasaki
Uma quimera marinha experimenta sangue humano e o amor por um ser de outro mundo. O novo amigo é Sosuke, um garotinho de 5 anos que lhe dá o nome Ponyo. Ela, por sua vez, tem poderes mágicos e quer se transformar em pessoa para ficar perto do menino.
Mas dizem que quando um peixinho dourado com cara de gente aparece em área terrestre, provoca um tsunami. As ondas do mar estão de olho...
A animação foi feita em grande parte à moda antiga, desenhada manualmente quadro a quadro. Os traços das criaturas marinhas de Hayao Miyasaki lhes dão olhos intensos que nos tornam observadores observados. Foi preciso contar com mais de 400 artistas durante aproximadamente 25 meses.
Um filme fantástico sobre o contato com a diferença por meio do afeto, o poder curativo da energia amorosa, o equilíbrio ambiental necessário ao planeta, as mitologias das águas e a alegoria da caverna de Platão na vida de uma outra Pequena Sereia. Sim, o filme é inspirado no conto do dinamarquês Hans Christian Andersen, mas também no romance O portal, de Natsume Soseki, que tem igualmente um protagonista chamado Sosuke. Na história de Ponyo, encontramos ainda Gran Mamare, uma representação da divindade marítima que nos lembra Iemanjá. Odoyá!
Bora contemplar alguns dizeres das incríveis personagens dessa história:
“Não julgue as pessoas pelas aparências." (Lisa) "Humanos? Onde você viu o bem em criaturas tão estúpidas e abomináveis? Os seres humanos apenas tiram a vida do mar."(Fujimoto) "Eu vou amar Ponyo pelo resto da minha vida, sendo ela peixe, humana ou uma mistura dos dois." (Sosuke) "Para se tornar humana, você deve desistir dos seus poderes." (Gran Mamare)
E você, o que achou desse filme? Curtiu as frases? Então compartilhe com quem gosta do mar e do Studio Ghibli!
*Com algumas informações do livro Ghibli, les artisans du rêve (Ghibli, os artesãos do sonho) - artigo Ponyo sur la falaise, de Bruno de la Cruz
Por Carol Assunção, jornalista, professora e pesquisadora
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