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TikTok para jornalistas.

Será?


Por Katrine Boaventura, Jornalista, pesquisadora em audiovisual e telejornalismo, Doutora em Comunicação


Se você já se questionou sobre a utilidade do polêmico aplicativo para o jornalismo, saiba que os disseminadores de informação falsa já descobriram o potencial do TikTok. Depois de ser o 2º app mais baixado no mundo em 2019, a plataforma de vídeos se superou e passou de 2 bilhões de downloads no primeiro trimestre de 2020, segundo o SensorTower. O desempenho a coloca entre os quatro principais aplicativos no mundo.


Com público predominantemente jovem, o TikTok é caracterizado por vídeos curtos, produzidos de maneira fácil e intuitiva pelos usuários, utilizando músicas, além de recursos criativos como filtros e emojis. A principal característica dessa rede é a facilidade de compartilhamento do conteúdo, que transita facilmente para Twitter, Whatsapp, Instagram e etc.


Mas e o que o jornalismo tem a ver com isso?


Tão fácil quanto produzir vídeos criativos e engraçados, é disseminar conteúdo falso. O perigo é ainda maior porque as estratégias de checagem para essa rede especificamente ainda não estão bem implementadas. Logo, é um território promissor para o trabalho de jornalistas, que se torna necessário, antes de mais nada.


Nos Estados Unidos, um dos primeiros veículos a criarem perfil foi o Washington Post, com Dave Jorgenson responsável pelo conteúdo. Hoje a conta tem mais de 650 mil seguidores. No Brasil, a presença dos jornais ainda é tímida. Entre os maiores veículos, o Estadão tem perfil com mais de 80 mil seguidores. O Jornal da Record foi o primeiro telejornal brasileiro no TikTok e hoje já é seguido por mais 300 mil.


Envolto em denúncias sobre a falta de segurança dos dados dos usuários, que poderiam ser armazenados indevidamente e compartilhados com o governo chinês, o aplicativo enfrenta disputa com o presidente Donald Trump, que tenta proibir o TikTok nos EUA. Mas, independentemente do TikTok em si, a linguagem popularizada pelo aplicativo veio para ficar, haja vista o Reels, recurso do Instagram, além de outros aplicativos que disputam esse público.


Possibilidades do uso do TikTok por jornalistas foram discutidas no Simpósio Internacional de Jornalismo promovido pelo Knight Center, em julho deste ano, e no 15o. Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da ABRAJI. O assunto também é tema de pesquisas que estão sendo desenvolvidas no Tow Center for Digital Journalism, da Columbia Journalism School.


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